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MP pede prisão preventiva do capitão da balsa que afundou na Coreia do Sul

O capitão Lee Joon-seok, responsável pelo comando da balsa Sewol, que naufragou na costa da Coreia do Sul, com 475 passageiros a bordo. Ele pediu desculpas às famílias: "sinto muito, não tenho palavras" - EPA
O capitão Lee Joon-seok, responsável pelo comando da balsa Sewol, que naufragou na costa da Coreia do Sul, com 475 passageiros a bordo. Ele pediu desculpas às famílias: "sinto muito, não tenho palavras" Imagem: EPA

Do UOL, em São Paulo

18/04/2014 08h44Atualizada em 18/04/2014 11h46

O Ministério Público da Coreia do Sul pediu nesta sexta-feira (18) a prisão preventiva do capitão Lee Joon-seok, responsável pelo comando da balsa Sewol, que naufragou na noite de terça-feira (15) --dia 16, fuso local-- a 20 km da costa, com 475 passageiros a bordo. Ordens de prisão também foram emitidas para outros dois membros da tripulação.

O número de mortes confirmadas subiu para 28 nesta sexta. Ainda há 268 pessoas desaparecidas, e outras 179 foram resgatadas com vida.

Os promotores acreditam que tanto o capitão, Lee Jun-seok, como os dois tripulantes infringiram a lei ao serem evacuados no início do resgate, sem levar em conta a segurança dos 475 passageiros a bordo.

"Não está claro onde [o capitão] estava quando aconteceu o acidente, mas é certo que ele não estava na cabine de controle", afirmou nesta sexta-feira o promotor Jae-Eok Park. Quem estava ao leme era um suboficial. "Era o terceiro-tenente que estava no comando no momento do acidente", declarou o procurador-geral Park Jae-eok, em entrevista coletiva.

O capitão Lee Joon-seok está entre os 179 resgatados, após o naufrágio. Diante da revolta dos familiares dos estudantes a bordo, ele chegou a pedir desculpas. "Sinto muito, não tenho palavras", afirmou.

A empresa que opera a balsa Sewol, a Chonghaejin Marine Co., informou que o capitão, de 69 anos, tem muitos anos de experiência e percorria há oito anos o trajeto da cidade de Incheon até a ilha de Jeju, no qual ocorreu a tragédia. A viagem dura 14 horas.

A promotoria está investigando as razões para a manobra rápida efetuada pela embarcação, pouco antes de começar a adernar, e se uma ordem para evacuar o barco mais rapidamente dada pelo capitão teria salvo mais vidas.

A investigação está sendo conduzida por uma equipe formada por policiais e membros do Ministério Público, informou a Guarda Costeira à agência AFP.

Suicídio

O coordenador da escola Danwon, em Ansa, de onde 325 estudantes saíram para uma viagem de quatro dias na balsa que afundou na Coreia do Sul, foi encontrado morto nesta sexta-feira (18). Ele se enforcou em uma árvore, segundo informações da polícia local.
 
Kang Min Kyu, 52, estava a bordo da balsa Sewol, juntamente com outros professores e os alunos, quando a embarcação teve problemas e afundou a 20 km da costa sul-coreana. O barco estava a apenas três horas de seu destino final, a Ilha de Jiju. O coordenador estava entre os primeiros passageiros resgatados pelas equipes que chegaram ao local, após a balsa emitir pedido de socorro.
 
Kang Min Kyu teria usado um cinto para se enforcar em uma árvore perto de um ginásio em Jindo, onde os familiares dos passageiros estão acampados. A polícia não informou se ele deixou um bilhete explicando as razões de sua morte.

Resgate

As equipes de mergulhadores, que incluem oficiais das Forças Especiais da Coreia do Sul, estão correndo contra o tempo para tentar encontrar sobreviventes. Um grupo conseguiu entrar no navio pela primeira vez nesta quinta-feira.
 
Quatro dos especialistas fizeram um buraco no casco e entraram na cafeteria do navio às 10h05 (horário local, 22h05 de quinta-feira, 17, em Brasília), onde usaram uma corda de guia para explorar o interior, informou a Guarda Costeira sul-coreana. Entretanto, a força da água forçou sua saída do navio. Eles não encontraram corpos durante a busca.
 
"A corda que ligava o barco afundado e o navio de resgate foi cortada", informou a Guarda Costeira. "Mas a entrada para a embarcação está aberta e nós vamos retomar a operação e entrar novamente no navio para buscar sobreviventes".
 
Os mergulhadores procuram os 270 passageiros, a maioria estudantes de ensino médio, que podem ter ficado presos na embarcação após o afundamento que aconteceu na manhã da quarta-feira (16). (com agências internacionais)